segunda-feira, março 04, 2019

::Resenha:: Excalibur - The End is The Beginning

Excalibur - The End is The Beginning (2018)

Na turística e badalada cidade paulista de Campos do Jordão foi fundada a banda Excalibur no já longínquo ano de 1999. Com veia e alma de heavy metal tradicional e melódico, a banda passou por diversas alterações em sua formação. As trocas constantes ocorreram nos cargos de vocalista e tecladista. Após esses percalços e ao encontrar músicos profissionais e dedicados ao som pesado, estava na hora de registrar as composições autorais. The End is The Beginning contém 6 faixas. Foi gravado, mixado e masterizado entre os anos de 2015 e 2016 no Audiolab Studio, produzido pela própria banda e co-produzido por Niko Teixeira e Luiz Amadeus. 

O EP é o primeiro registro dos paulistas e traz na formação Eduardo Aurélio da Silva (bateria e percussão), os irmãos Marco Aurélio Fernandes de Araújo (guitarra), Maurício Fernandes de Araújo Júnior (guitarra) e Marcelo Fernandes de Araújo (baixo), além do convidado especial Kleber Ramalho (vocalista e integrante das bandas Sagittarion e Perc3ption).

Toda banda sempre quer impressionar os fãs, especialmente em seu primeiro trabalho, e mesmo antes de ouvir os primeiros acordes, o Excalibur já passa uma ótima impressão com a arte da capa. Um belíssimo trabalho com uma grande escolha de cores que saltam aos olhos, trazendo uma linda representação de Joana D'arc. Uma arte que não poderia estampar a capa de outro gênero musical além do Heavy Metal. Quem assina essa bela obra é o artista João Duarte Design, que já trabalhou com bandas como Torture Squad, Angra, Metal Church e outros. O EP está disponível em um digifile muito bem trabalhado, com um cuidado todo especial na parte gráfica, incluindo as letras das músicas. 

"Overture X" é uma introdução instrumental que abre o álbum com um piano que deixa claro as influências e preferências dos músicos pela música erudita. A faixa é executada por Samuel Malaquias, que aparece mais duas vezes no EP, em "Brave Warriors" e "Time of Silence". 

"My Hate" vem em sequência destilando riffs melódicos e pesados em boa harmonia e logo de cara nota-se uma interessante variação rítmica. Outra coisa fácil de notar é a boa escolha para o posto dos vocais. Kleber Ramalho em pouco tempo demonstra timbres muito bons e bem variados, além de criar interessantes linhas vocais que se encaixam muito bem nas composições. A ponte para o refrão e o refrão são pontos altos da faixa, assim como o solo de guitarra que, ainda mais do que na introdução, deixa escancarada a paixão dos integrantes pela música clássica.  E se minha restrita memória não estiver me enganando, as notas remetem à obras de Antonio Vivaldi. De qualquer forma, muito bom gosto e ótima composição. 

Em seguida, "Battlefield" mostra uma pegada diferente, introduzindo elementos que remetem ao hard rock em uma canção bastante direta e envolvente. O Heavy Metal, no entanto, ainda é a essência da música, que tem um dos refrões mais notáveis do EP. 

"King of Kings" é uma música mais complexa, bem trabalhada, bem produzida e com interessantes elementos e, mais uma vez, boa variação rítmica, com grande participação da cozinha. O andamento é mais cadenciado e o vocalista faz uso de timbres mais graves e agudos com bons contrapontos que se encaixam muito bem na musicalidade. 

"Brave Warriors" com passada mais veloz, faz bastante uso dos pedais duplos e vocais agudos que casam muito bem com a temática de batalhas, guerras e reis. A sonoridade certamente deve agradar a fãs de heavy melódico em geral, especialmente de bandas como Angra e Helloween. O refrão é mais uma vez bem construído e marcante e também pesado. Destaque para o trecho dos solos, onde as guitarras esbanjam entrosamento, respaldadas pelas belas notas do baixo e os incansáveis pedais duplos da bateria. 

A última obra do EP leva o título de "Time of Silence" e segue a identidade da banda, que mais uma vez aposta em um som influenciado pelo heavy metal tradicional ou melódico e até algumas pitadas de música erudita. Trata-se de mais uma composição onde fica claro o profissionalismo dos músicos, destilando muita técnica, pegada e paixão em suas criações. É impressionante a facilidade que a banda tem em criar bons refrões e pontes. Esses, em específico soam de maneira natural e emotiva e realmente pegam na veia, um dos melhores momentos do EP. 

The End is The Beginning é um grande EP de uma banda muito entrosada, oferecendo criatividade e identidade forte. Pessoalmente, torço para que a formação se mantenha sólida e cada vez mais produtiva. Certamente de onde sai um EP como esse, muito coisa boa ainda deve surgir. 

O trabalho está disponível para venda diretamente com a banda em sua página no Facebook. As faixas "Brave Warriors" e "Time of Silence" podem ser ouvidas nos sites abaixo:

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