sábado, fevereiro 02, 2019

::Resenha:: Dyingbreed - Under a Black Sun

Dyingbreed - Under a Black Sun (2018)

Honrando a tradição do Rio Grande do Sul em fornecer grandes nomes do metal extremo, o Dyingbreed nasce em 2012, e embora seja muito mais nova do que diversas bandas tradicionais do Estado, chega com força e buscando se firmar entre monstros do Death Metal gaúcho. Certamente não deve ser uma tarefa fácil se destacar em um local que já produziu Mental Horror, In Torment, Bestial, Rebaelliun e Krisiun. No entanto, em Under a Black Sun, o Dyingbreed prova que não está nessa para brincadeiras, como ficará claro abaixo. 

Lançado pela Black Hole Productions, o álbum possui 11 faixas e foi gravado e produzido por Thiago Caurio no Black Stork Studio em 2017. A mixagem se deu no mesmo estúdio por Benhur Lima em 2018 e a masterização foi feita no mesmo ano por Absolute Master. Direção de arte por Fernando Camacho e a bela arte da capa foi criada por Rafael Tavares, artista que vem ganhando notoriedade na cena metal, tendo assinado capas de bandas como Chaos Synopsis, Land of Tears, Torture Squad e Metal Allegiance, esse último em parceria com o também brasileiro Marcelo Vasco. Aliás, o encarte também merece uma menção pelo belo conteúdo e concepção, além do material usado, papel fosco que não deixa marcas de dedos. Ponto positivo, com certeza. 

A faixa de abertura parece ter sido tirada de um jogo de video game (do tipo God of War) ou de um filme épico de guerra e foi criada por Fabiano Penna (guitarrista do Rebaelliun que faleceu em fevereiro de 2018). A introdução foi muito bem desenvolvida e traz um clima de suspense, preparando terreno para a absurda e extrema "Agent of Chaos", onde em poucos segundos, Daniel Vilanova demonstra como controla a bateria com enorme precisão. Técnica e velocidade transbordando nos fones de ouvidos. Com a adição de guitarras, baixo e vocais, a música fica realmente extrema. Tudo bem grave, coeso e veloz. O título da obra é gritado repetidamente no refrão em meio à uma desgraça sonora que antecede um groove liderado por um pedal duplo muito acelerado. Blast beats e solos atmosféricos completam o violento soco na cara que é a primeira composição deste álbum. 

"Scum of Earth" é uma das faixas que demonstram a gama de influências presentes na veia da banda, com passagens que remetem ao Thrash Metal, elementos de um metal mais moderno, com bastante quebra de tempo da bateria, grooves, andamentos cadenciados e arrastados, mas no entanto com um timbre pesado das guitarras de Ariel Boesing e Felipe Nienow, que se assemelha à obras de Morbid Angel, Malevolent Creation e outros. Aliás, o entrosamento dos guitarristas é palpável. Sem dúvidas, acrescentam demais à qualidade da banda. 

"The Great Lie", uma verdadeira agressão sonora, com destaque para os trabalhos vocais de Leonardo Schneider, criando uma atmosfera violenta com a união de vocais graves e rasgados. Com pouco mais de quatro minutos, é a música mais longa do CD. A letra é curta, mas interpretada com ódio e a parte musical é uma das mais complexas, com riffs muito interessantes e criativos. 

A faixa-título é séria candidata a preferida dos fãs. Com uma levada pesada e contagiante, tem uma das linhas vocais mais marcantes. Certamente faz jus ao restante do álbum e, portanto, a escolha foi acertada. Presença notável e imponente do baixo de Fabrício Bertolozi, além de ótimos e diversificados arranjos das guitarras. 

Com pouco menos de dois minutos, "An Eye For An Eye" vai direto ao ponto. Blast beats e riffs insanos e refrão forte, um dos mais marcantes, com grande trabalho das vozes. Brevemente, o thrash metal dá as caras mais uma vez, contribuindo para a versatilidade de uma banda extrema. 

E por falar em Thrash Metal, "Real Faith" é a faixa que mais bebe dessa fonte, com a mesma sonoridade death metal do restante do álbum, obviamente, mas com uma pegada mais moderna e cadenciada. Dentre as onze, é a obra mais 'diferentona'. Mas engana-se quem pensa que por isso não tem a veia e a qualidade do Dyingbreed. "Real Faith" é diferente sim, mas igualmente boa. 

"Cold Grave" encerra o álbum da mesma maneira que ele começa, como uma pedrada na fuça. Presença intensa de todos os músicos, com blast beats, riffs e solos executados de maneira ensandecida.

2018 foi um ano com excelentes lançamentos do Death Metal brasileiro, como Queiron, Dysnomia, Funeratus e Krisiun. Under a Black Sun chegou para fortalecer essa lista de monstros do metal extremo nacional. Sem dúvidas merece um lugar de destaque na cena. Excelente álbum. 

Para adquirir o CD, entre em contato com a Black Hole Productions através do e-mail store@blackholeprods.com

Para ouvir online, acesse o link abaixo:

Um comentário:

Unknown disse...

Valeu pelo apoio. Underground forte a gente faz assim. Obrigado.