terça-feira, fevereiro 21, 2017

::Resenha:: Hellpath - Through The Paths of Hell


Antes de dar início a esta resenha, gostaria de dizer que, honestamente, eu ainda não conhecia a banda Hellpath. E se tem uma coisa que me agrada muito em escrever resenhas e matérias sobre bandas unicamente brasileiras é o “garimpo do underground”. O Brasil está recheado de bandas de todas as vertentes imagináveis do metal e do rock n’ roll. Tem literalmente, bandas para todos os gostos. E a melhor parte a respeito disso é que uma boa parcela dessas bandas levam seu trabalho a sério. Tendo dito isso, o álbum “Through The Paths of Hell”, primeiro full length da banda paranaense de Londrina foi por onde eu conheci sua música. Lançado pela MS Metal Records e distribuído pela Voice Music, o álbum está disponível em diversas plataformas de streaming. Os links estão no final da resenha. A capa, muito bem elaborada trás uma cidade em ruínas. Mas não é uma cidade qualquer. Trata-se de Londrina, cidade natal da banda. “A arte foi desenvolvida pelo designer e guitarrista, Richard Felix, seguindo o conceito definido pela banda e pelas músicas que compõe esse primeiro registro. São imagens de prédios, regiões, e acontecimentos de Londrina no Paraná, que simbolizam desastres naturais, pecados mortais, e os caminhos que a humanidade deve seguir em meio a tudo isso.”

Sem mais delongas, vamos então à minha impressão sobre o primeiro álbum dos londrinenses.

A faixa “Liar” abre os portões do Heavy/Thrash Metal oferecido aqui, com boas melodias. A primeira coisa que me chamou a atenção no som da banda foi o timbre do vocalista Thiago Müller, grave e agressivo para o estilo. Confesso que eu não estava esperando esse tipo de vocal, mas fui positivamente surpreendido. O resultado é muito bom. Apesar da agressividade, seu vocal é de fácil compreensão. A música oferece cadenciadas e quebras de tempo, além de boas levadas também. 

"Seven Deadly Sins" surge com um quê de speed metal em alguns trechos, solos de guitarras com uma veia clássica e um refrão destacando bem o título da faixa. O baixo se sobressai em algumas partes. Além de preencher as lacunas nos solos das guitarras, distribui ótimas passagens com um som pesado e casando perfeitamente com o restante da banda. 

"War" inicia-se com sons de guerra e os instrumentos dão sequência ao embate. As guitarras metralham riffs do mais puro heavy metal enquanto a cozinha conduz o tempo da música, despejando bombas pesadas e marcantes nos ouvidos dos bangers. Destaque para os riffs palhetados acompanhados do pedal duplo de Rodolfo Pacheco. Uma ótima faixa, mostrando a versatilidade da banda que experimenta diferentes influências do metal mundial aqui. 

Em "Underworld", o Hellpath mostra que também possui influências hard rock, com um riff enraizado no estilo. Uma das faixas mais animadas do trabalho. Mais uma vez o baixo mostra-se bem presente, com seu peso. E o vocal sempre potente e marcante. 

"Caged in a Blackened Future" inicia-se com uma levada lenta na bateria e a música segue numa pegada cadenciada. Após um breve silêncio, retornam ao tradicional heavy metal mais acelerado. Um bom trabalho dos vocais é notado, sempre agressivo. A faixa também possui ótimos arranjos das guitarras, além de uma cozinha sempre coesa. Bom trabalho da percussão, destacando-se mais em algumas partes. 

Som de chuva e trovões introduzem a ótima "Nature's Revenge", que, além das partes rápidas e agressivas, aposta também em trechos cadenciados e até um pouco melancólico. Ótimo trabalho das guitarras em conjunto. 

A faixa a seguir foi o single escolhido para o álbum. Batizada de "Blood, Rage And Fire", o título expressa bem a musicalidade da banda nesta música. Riffs velozes e muito bem trabalhados. Uma característica marcante dessa banda são algumas levadas cavalgadas que funcionam perfeitamente com sua proposta musical. A faixa se encerra com uma breve, porém bela passagem do baixo, executando um dos riffs. 

Para concluir o trabalho, nada melhor do que uma faixa com o nome da banda. Hellpath não poderia ter melhor título, já que expressa muito bem a alma da banda e do álbum. Um som que tem um pouco de tudo. Os riffs rápidos, berros graves e agressivos e mais agudos e rasgados. Solos e duetos excelentes das guitarras e um baixo segurando a bronca perfeitamente, sem deixar a peteca cair. Provavelmente a faixa com o melhor trabalho dos vocais do CD e uma bateria incansável. Todos se empenhando ao máximo para dar o seu melhor. Não apenas nesta música, obviamente. 

Hellpath é uma banda que merece a atenção do underground nacional. Trata-se de mais uma ótima banda de Heavy Metal brasileira, provando que nem só de Death Metal vive o Brasil.

Confira o álbum nas plataformas de streaming abaixo:

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