sexta-feira, fevereiro 24, 2017

::Resenha:: Cervical - Arquétipo


Vindos de Macaé-RJ, o Cervical foi fundado em 2001 com a proposta de fazer um som pesado com elementos de metal e hardcore em suas composições. Após o lançamento do primeiro álbum "Caminhos de Dor" em 2011, os cariocas chegaram ao seu sucessor "Arquétipo", lançado em 2016 em diversas plataformas digitais. 

O álbum, gravado e pré-produzido no estúdio DQG pelo produtor Davi Baeta, possui doze músicas e cerca de trinta e seis minutos. A capa, de ótimo gosto e execução, foi elaborada pelo artista Fabio Vargas. 

"A Horda" abre o álbum logo de cara, mostrando ao ouvinte que aqui não há tempo para descanso ou calmaria. A pedrada na orelha vem forte e certeira com uma guitarra metal, suja (no melhor dos sentidos), rápida e ríspida, abrindo espaço para o resto da banda unir-se à pancadaria. Com uma bateria hardcore, formando um cross over de responsa junto ao vocal urrado com ódio e em português. Destaque para uma ótima levada mais cadenciada. 

Sem tomar fôlego, "Sufrágio" surge sem pedir licença, com muito peso e pegadas muito boas. Daquelas que ninguém no show é capaz de manter o pescoço imóvel. O vocal aqui é uma peça muito importante, exprimindo toda a gana contida nas letras. Dá pra imaginar as veias na garganta do vocalista prestes a explodir com tanta vontade empregada nas músicas. 

A faixa título do álbum, "Arquétipo", tem uma levada um pouco mais cadenciada, mas sem nunca reduzir o peso e a energia da banda. Por falar em peso, o baixo não economiza nem por um segundo, neste elemento, encorpando o som da banda com um puta preenchimento.

"Guerra" é uma das faixas mais Thrash Metal do álbum, mas sem abandonar suas influências de metal core. Ótimas palhetadas cavalgadas, conduzidas pela bateria. Suas letras sociais são muito bem interpretadas como um todo e não apenas pelos berros do vocalista. A musicalidade da banda casa com o tema. E, claro, o ódio pela situação geral do mundo e a indignação ficam evidentes quando as cordas vocais vibram. "Aqui é guerra!"

"A Dor da Fome" também segue uma linha mais Thrash, com riffs rápidos acompanhados em velocidade por uma percussão violenta e letal. Essa música possui uma das bases mais pesadas do trabalho e uma quebra de tempo que funciona muito bem.

"Em Todo o Instante" é aquela música que pega na veia, com uma breve parada no instrumental que convida todo mundo presente pro meio da roda. Aliás, as rodas nos shows do Cervical devem ser uma constante. O pessoal não deve parar nem pra tomar cerveja. 

Na faixa "Veritas", a banda não mete o pé apenas na porta, mas também no acelerador. Peso, velocidade e claro muita pegada, como no álbum todo, estão presentes aqui. Muito entrosamento de toda a banda, fazendo a música soar redonda. 

"Contra a Correnteza" é uma excelente música com um refrão marcante e cadenciado. Sua letra possui uma mensagem muito boa e positiva. Pois, nem só de críticas sociais vive o hardcore e o thrash metal. Transcrevo aqui o refrão desta que, para este que vos escreve é uma das melhores faixas do trabalho: "Quero mentes e corações enriquecidos. / Experiências que me tragam muita luz. / Se a estrada da vida é sinuosa. / Sou eu quem me conduz."

Encerrando este ótimo registro, vem a faixa "Falsas Crenças". Uma das mais pesadas de todo o álbum. Possui até algumas passagens de blast beats na bateria, acompanhando riffs bem trabalhados e muito mais voltados ao metal, alternando com levadas compassadas. 

Um trabalho muito bem gravado e executado, que sem sombra de dúvidas, merece a atenção de fãs de metal e de hardcore. Na primeira audição deste trabalho, já nasceu em mim uma grande curiosidade sobre como deve ser o show do Cervical. Com certeza, uma grande energia do início ao fim. A banda executa um som verdadeiro e fica nítido que fazem o que gostam quando você ouve "Arquétipo". 

Abaixo listamos os links onde o álbum está disponível:

Um comentário:

CERVICAL disse...

Brigadasso pela moral e pela força aí galera do Morticínio e Fabio Diniz !!!!!