segunda-feira, outubro 31, 2016

::Resenha:: Cruscifire - Hellspawn


A cada novo lançamento, o interior de São Paulo se firma cada vez mais como um celeiro do metal extremo. Uma pedrada mais violenta que a outra. Técnicas sendo aprimoradas a cada novo trabalho. Bandas encontrando suas identidades e solidificando entrosamentos de dar inveja. 

Cruscifire acaba de lançar de maneira independente, seu segundo álbum full-length, intitulado "Hellspawn". O primeiro com a atual formação. Banda de Atibaia-SP, na ativa desde 2004. Acumulam também em sua carreira dois EPs, uma demo e um single recém-lançado.

"Hellspawn" foi gravado, mixado e masterizado pelo guitarrista da banda, Caio Angelotti, no Undead Studio, em Atibaia-SP. A capa ficou à cargo do ilustrador Felipe Rostodella. 

Quem já conhece o Cruscifire e já ouviu seu principal trabalho anterior, "Chaos Season", full-length lançado em 2010, perceberá que o novo trabalho não está mais brutal que o debut album, mas em momento algum isso significa que a banda perdeu a mão do metal extremo. A sonoridade está um pouco diferente sim, soando mais sombrio em alguns momentos e com mais levadas também. Mas a brutalidade, velocidade e técnica do Death Metal estão presentes e sem dúvidas, este é um lançamento que fez a espera valer a pena.

"Before The Dead", o single lançado em setembro deste ano abre o álbum e dá um excelente cartão de visitas para "Hellspawn". A música vai direto ao ponto, sem perder tempo com firulas ou introduções, o soco na cara chega de repente e segue sem descanso com um ótimo entrosamento cordas/percussão e um gutural potente dando a mensagem como tem que ser dada. Destaque para algumas passagens das guitarras, com riffs que lembram ótimas obras do death metal mundial. 

"Zombie Riot" e "Archangels of Blackness" chamam a atenção por suas levadas mais cadenciadas. Sem deixar de obviamente enfiar o pé no acelerador, como o gênero exige. Mais uma vez o trabalho dos vocais e das guitarras se sobressaem.

Em  "Tomb of Terror", o vocalista Victor Angelotti exprime a letra sem economizar no grave de suas cordas vocais. Sem dúvida, uma das faixas mais brutais por seu vocal e um do refrões mais marcantes também. Ótimas pegadas conduzidas pela 'cozinha' proporcionam um resultado pesado e coeso à esta faixa.

"Necroplasm" e "Volcano of Doom" fecham o álbum, seguindo linhas com algumas passagens mais cadenciadas, apostando em alternâncias com pegadas mais aceleradas. Bons solos presentes em ambas as faixas, evidenciando um ótimo trabalho das guitarras do agora quarteto. "Volcano of Doom" apresenta um arranjo que lembra bandas de Heavy Metal old school, mostrando mais uma vez que a banda não se prende a um único estilo e é capaz de somar diferentes elementos às suas composições. Arranjo este que permanece cravado à sua mente mesmo muito tempo após ouví-lo, tornando (assim como faz a obra completa) uma repetida audição do álbum, inevitável. 

Infelizmente o novo trabalho acaba rápido. A duração do CD é de pouco mais de vinte e sete minutos. Mas a boa notícia é que a banda disponibilizou-o em diversas plataformas para audição gratuita. Confira nos links abaixo:

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