sexta-feira, setembro 23, 2016

::Resenha:: Vociferatus - Mortenkult



Os cariocas do Vociferatus chegam ao oitavo ano de estrada e nesse dia 23 de setembro lançam o primeiro álbum full-length, intitulado "Mortenkult". O selo responsável pelo lançamento é a Eternal Hatred Records. Produzido por Luiz Freitag e John Marque e masterizado por George Bokos (ex-guitarrista do Rotting Christ) no GrindHouse Studios na Grécia. A capa foi responsabilidade de Marcelo Vasco, artista que assinou a capa de Repentless, último álbum do Slayer, além de ter trabalhado também com o Soulfly, Machine Head, Dimmu Borgir e outras bandas. 

Anteriormente à este trabalho, a banda lançou três outros registros: a demo Vociferatus em 2010, o EP "Blessed By The Hands of Flames" em 2011 (disponibilizado para download. Clique aqui para baixar) e o single "Storms Are Mine" em 2015, presente neste álbum. 

Ao acompanhar os trabalhos da banda, percebe-se a nítida evolução. A cada registro lançado, os músicos mostram um amadurecimento natural de quem possui talento e sempre soube o que estava fazendo. Um amadurecimento que não para na parte técnica e avança para as composições e entrosamento. 

A faixa de introdução “Eloi, Eloi, Lama Sabachthani” com ruídos de guerra misturados à possíveis cânticos islâmicos apresentam uma “aura” tensa, abrindo caminho para o que vem pela frente. “Blood Runs Over Bayt Lahm” chega apresentando toda a banda à quem ainda não conhece, com a bateria se destacando em um blast beat “controlado”, as guitarras se interpondo em base e lick que contribuem para a atmosfera pesada desde os segundos iniciais do álbum, uma breve passagem solo do baixo e com um urro gutural do vocalista Pedrito Hildebrando. A música segue com um excelente trabalho das guitarras, despejando riffs muito bem trabalhados e um ótimo casamento entre cordas e percussão, sem mencionar as notas em um piano que complementam magistralmente o ambiente criado na música.

Em “The New Opposition” o ponteiro do velocímetro sobe, com Augusto ditando o ritmo com blast beats insanos. O Destaque dessa música fica para o ótimo trabalho dos vocais de Pedrito, alternando entre grave e rasgado, oferecendo um excelente resultado final à linha vocal.

“Storms Are Mine”, single lançado em 2015, oferece uma gama de riffs e arranjos das guitarras que somadas às palhetadas. O baixo de Lucas Zamdomingo surge em perfeita sincronia, preenchendo todos os espaços necessários.  Há uma boa variedade de ritmos nesta faixa, tornando-a uma das mais completas do álbum. Seus mais de cinco minutos passam em um instante, o que prova que é também uma das melhores músicas deste trabalho.

 “Terrível Coisa É Cair Nas Mãos do Deus Vivo” é uma faixa instrumental composta por cítaras e percussões orientais e contribui bastante para a já citada “atmosfera pesada” do álbum. Logo em seguida, vem a faixa-título, “Mortenkult”, para mostrar todo o controle que Augusto possui sobre sua bateria, iniciando a faixa com viradas rápidas e secas e chamando o resto da banda para a insanidade que se segue. Belas dobras das guitarras e mais uma vez uma seleção de ótimos riffs. Há também um interessante e diferente trabalho de percussão compondo o “miolo” da música.

“Chaos Legions Battlefront” abandona por um instante a aura que compõe a maior parte do álbum e parte para um lado mais black, mas a essência da banda está presente nesta faixa. É a música mais curta do álbum e uma das mais rápidas também, com um forte coro.

“Where Hope Dies” e “Amenti”, as duas faixas mais longas do álbum fecham o trabalho primorosamente, comprovando o som cimentado no Blackened Death Metal.
A produção do álbum merece um capítulo à parte. Que trabalho perfeito, capturando tudo o que a banda oferece, merecidamente. Sem dúvidas, “Mortenkult” se posicionará entre os melhores trabalhos nacionais dos últimos anos.

O álbum estará disponível na versão física em breve, mas já está disponível para audição online nos links abaixo:

Google Play: https://goo.gl/Wxcr3t
Amazon Music: https://goo.gl/uR8Aux

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