terça-feira, novembro 13, 2018

::Resenha:: Facada - Quebrante


Comemorando 15 anos destilando agressão sonora, o Facada chega à seu quarto full-length. O título escolhido para o novo álbum, lançado em junho de 2018 foi "Quebrante". Lançado pela Black Hole Productions, o CD contém 23 faixas. Mixado e masterizado por William Blackmon. A capa foi desenvolvida por Nelson Oliveira e a parte gráfica recebeu uma atenção especial. O encarte se abre em formato de pôster, revelando a totalidade da arte e não somente o um sexto à que fica limitado pela caixa do CD. As gravações das músicas deste trabalho vem sendo feitas desde 2014 em diferentes estúdios, o que demonstra o bom trabalho desenvolvido na mixagem e masterização por manter uma sonoridade padrão em todo o CD. A violência sonora impera em qualidade em todo o álbum.

A sonoridade da banda se mantém fiel ao estilo desde sempre. Algumas composições do "Quebrante" remetem ao "Nadir", álbum de 2013, possivelmente pela proximidade do lançamento deste álbum com o início das gravações do mais recente trabalho. 

"Deixa o Caos Entrar" é uma boa introdução. Instrumental, com peso, boas levadas, grooves e uma veia thrash/death metal, anunciando a insanidade que se segue com "Nós Somos o Veneno". Direto ao ponto, sem tempo para enrolações, blast beats e riffs venenosos em altíssima velocidade e um vocal grave urrado lembrando registros da velha escola do grindcore. 

O casamento entre levadas arrastadas com blast beats e riffs velozes funciona muito bem, criando composições com mais variedade do que simplesmente tocar o mais rápido possível a todo segundo do álbum. O Death Metal se faz muito presente nas criações dos cearenses e dá as caras em diversas bases insandecidas das guitarras e nas percussões incansáveis. "Apenas Mais Um Igual a Mim", "O Pior de Todos", "Tudo Me Faltará" e "Vogelfrei" são alguns exemplos de faixas que seguem essa linha.

A faixa-título "Quebrante" tem uma introdução com uma boa levada na bateria que o resto da banda acompanha até um típico riff rápido e ríspido que abre a roda criando a expectativa da roda de pogo que certamente não deve ser nada pacífica nos shows do Facada.

As letras ácidas fazem diversas críticas à pessoas falsas, com desvio de caráter, à sociedade e sua necessidade de impor suas vontades sobre os indivíduos, à futilidades e religiões, dentre outros assuntos abordados.

Além do metal extremo, há também momentos com nítidas influências de punk na música do Facada, como em "A Maldição da Rede", "Sumir"e "A Vitória da Diva".

"Eu Sei Como É Morrer" e "Putrescina", além do peso e velocidade apresentam alguns dos riffs que mais se destacam em toda a obra. A primeira tem uma letra igualmente interessante e a segunda tem um início quase psicodélico com distorções atmosféricas das guitarras.

Em um álbum onde a média de tempo das músicas é de aproximadamente um minuto e meio, a faixa "Feliz Ano Novo" é o trabalho mais longo apresentado, com exatos dois minutos e treze segundos e tem uma levada cadenciada calcada no death metal, migrando em seguida para o grind core brutal. Essa faixa ganhou um Lyric Video este ano (assista aqui) e contou com a participação especial de Zé Misanthrope (A Peste, Ex-Omfalos).

Quebrante tem pouco mais de trinta e um minutos de duração e vinte e três faixas. É o quarto full-length dos cearenses e é mais uma resposta do porquê a banda se tornou um dos principais nomes do grindcore nacional. Um álbum com uma grande produção, honesto, brutal e sem frescuras e que mantém o legado da banda intacto e cada vez mais forte.

O álbum está disponível nas versões física e digital nos links abaixo:

Comprar álbum:

store@blackholeprods.com

Digital:

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