quarta-feira, janeiro 30, 2019

::Resenha:: Shadows Legacy - Lost Humanity

Shadows Legacy - Lost Humanity (2018)

Da capital sul-mato-grossense, Campo Grande surge o Heavy Metal do Shadows Legacy. Fundada em 2006 e amparados por dois EPs e dois álbuns, seu mais recente trabalho, lançado em novembro de 2018 é o full-length Lost Humanity. Contando com onze faixas de um heavy metal tradicional e bem polido, foi produzido pela própria banda e por Aldo Carmine, este também foi o responsável pela mixagem e masterização, que ocorreram no Anubis Studio. A capa, que traz uma cidade ruindo em chamas é assinada pelo artista Leo Amorim.

Com timbres bem calibrados das guitarras e uma forte e imponente presença do baixo, a banda transita pelos melhores momentos da NWOBHM, destilando belos refrões e excelentes levadas . Os trabalhos vocais são bem afinados e apresentam boas variações de timbres e rítmicas, inserindo boa diversidade musical. O som do Shadows Legacy tem uma veia melódica, enfatizado em algumas linhas vocais. A cozinha formada por Luciano Rivero (baixo) e Augusto Morais (bateria) possui uma presença marcante e fundamental. 

A introdução muito bem escolhida e executada, que parece ter sido tirada de um filme de ficção científica, com muito suspense e um ápice apoteótico, abre terreno para as guitarras ríspidas e pesadas de Leandro Motta e Max Batista e a cozinha pesada, que se transformam em uma cadencia convidativa com a forte presença das cordas vocais de Bruno Cardoso em "Sea of Revenge".

O álbum, chega a quase uma hora de duração, oferecendo diversos excelentes momentos de criatividade e naturalidade sonora, com destaque para algumas faixas, como "Tough Ain't Enough", uma obra bem construída, onde as vozes ganham os principais holofotes. A música tem aquele andamento clássico do heavy metal oitentista e solos rápidos e sólidos. "Restless" tem interessantes passagens com guitarras pesadas e pomposas contrapondo à dedilhados quase acústicos. A percussão também é grande responsável por belos destaques desta criação, com um repertório muito bom, dando riqueza à composição. 

"Why", com um andamento cadenciado e quebras de tempo com dedilhados preenchendo a atmosfera junto aos vocais remetem aos ótimos trabalhos de Ronnie James Dio e Judas Priest. A união base/solo são um dos pontos altos desta música, além de um dueto das cordas que funcionam muito bem. 

"Back on the Road", uma das mais curtas do full-length tem uma andamento mais acelerado e uma veia rock n' roll, com pegadas empolgantes que a colocam entre as melhores criações do Lost Humanity. Em seguida, a saideira "Prelude to the End", a obra mais longa do CD com quase sete minutos e meio e provavelmente a música mais trabalhada também. Uma música que deixa claro a bela produção que o trabalho como um todo teve, com ótima sonoridade de todos os instrumentos e dos vocais. "Prelude to the End" tem passagens que remetem à diferentes épocas do Iron Maiden, evidenciadas por guitarras e vocais. Sem dúvidas, uma das mais chamativas de todo o full-length. 

A proposta da banda é muito clara: Heavy Metal clássico sem invenções despropositadas e descabidas, com influências de grandes nomes dos anos 80 que moldaram o estilo. O entrosamento entre os músicos é palpável e justifica a solidez da atual formação que foi firmada em 2013, quando o baterista uniu-se ao grupo que vinha junto desde 2006, quando a banda ainda era chamada apenas de "Legacy". Com "Lost Humanity", o Shadows Legacy chega pra fortalecer a cena do Heavy Metal tradicional em território brasileiro e até de suprir uma carência do gênero, existente em algumas regiões do país. 

"Lost Humanity" está disponível na versão física diretamente com a banda através do e-mail  shadowslegacyband@gmail.com ou das redes sociais: Facebook ou Instagram. A versão digital está disponível em diversas plataformas de streaming. Confira abaixo:

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