quinta-feira, janeiro 31, 2019

::Resenha:: Ashtray - Sign of Oppression

Ashtray - Sign of Oppression (2018)

Oriundos de Vila Velha-ES, o Ashtray foi fundado no ano de 2015. Seu primeiro trabalho já é logo de cara um full-length com 10 faixas. Lançado de maneira independente e intitulado de "Sign of Oppression" o álbum foi disponibilizado pela banda em fevereiro de 2018. Um ano atrás. Portanto, trata-se de uma resenha tardia. Mas antes tarde do que nunca para falar sobre mais um grande trabalho nacional. O álbum foi produzido pelo frontman da banda, Filipe Vighini, em junho de 2017. A mixagem e masterização ficaram por conta de Leonardo Salarolli e a arte gráfica do CD levam a assinatura de Guido Imbriosi. 

O som do Ashtray permeia o Thrash/Death metal com muita agressividade e pegadas empolgantes, com sujeira na medida e uma identidade própria. Produção, timbres e a marca da banda nas composições fazem com que a preferência pelo som oldschool prevaleça. Ora cadenciado, ora veloz, o som extremo das antigas deve agradar principalmente aos headbangers saudosistas. No entanto, nada disso faz a banda soar datada, mas sim com uma proposta clara de fazer um som pesado com influências de veteranos do Death/Thrash Metal. A voz de Filipe (vocal/guitarra) contribui na sujeira e peso do som, remetendo à bandas como Hypocrisy, Napalm Death e os primeiros álbuns do Carcass. 

O casamento entre voz e instrumentos é bastante interessante, pois o vocal grave e extremo, típico de Death Metal se contrapõem aos riffs e percussões levadas com características mais voltadas ao Thrash Metal, como pode ser notado em faixas como "Damned To Experiments" e "Terror". Mas, como qualquer boa banda que se preze, o acervo não é limitado e outros elementos surgem ao longo do álbum, fornecendo criatividade e uma gama de influências. Os blast beats não tardam a aparecer e o baixo distorcido de Wilian Oliveira não tem como soar imperceptível, com seu peso preenchendo todo o ambiente. Em "Agressive Instinct", a cozinha lidera uma das levadas mais cadenciadas e envolventes dentre todas as faixas. 

"Drowning on Deep Madness" é uma obra instrumental, com ruídos de chuva e trovões, com uma atmosfera e arranjos realmente muito interessantes. É uma música curta, sem a presença da bateria, mas que não passa alheia ao fã. 

"March or Die" é uma das composições mais Death Metal de todas, com notável presença dos velozes pedais duplos de Augusto Marini. 

"Embalming" é uma das mais chamativas, com um começo lento do tipo que prepara o terreno para a pancadaria iminente, no entanto a veia cadenciada surpreende positivamente com uma ótima criação repleta de solos de guitarra e pedais duplos. Trata-se de mais uma faixa instrumental muito bem construída. 

"Ashtray" e "Imminent Conflict" fecham o debut-album da banda capixaba destilando peso, brutalidade em doses compassadas. "Sign of Oppression" é uma prova cabal que metal extremo não precisa ser executado na velocidade da luz o tempo todo para ser bom. O trio dosa a velocidade muito bem e aposta em diversas levadas menos velozes, porém "contagiosas". Um som visceral que foge dos clichês do Death Metal e surge na cena com uma forte identidade. 

O álbum está disponível nas versões física e digital. Confira abaixo:

Versão digital:


Versão física:

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