terça-feira, março 20, 2018

::Resenha:: Blixten - Stay Heavy

EP Stay Heavy (2018) - Blixten
Oficialmente lançado no início do mês de março de 2018, o EP "Stay Heavy" é o registro de estreia dos araraquarenses e são carlenses da Blixten. E ao ouvir as cinco criações da banda (além da introdução), fica evidente que o quarteto está se divertindo fazendo o que gosta. Com influências de Heavy Metal e Hard Rock dos anos 80, os saudosistas de bandas clássicas certamente serão atraídos por este material.

Sem mais delongas, partimos ao que interessa. A faixa escolhida para abrir o EP é a música "Requiem Aeternam" de Mozart, que por si só já cria uma atmosfera incrível, mas a banda ainda inseriu sons de trovões (significado de Blixten em sueco) ao fundo e o resultado não poderia ser melhor. Antes mesmo dos primeiros acordes, o bom gosto já dá as caras no trabalho. 

Em "Trapped in Hell", a guitarra de Miguel Arruda apresenta o cartão de visita da banda, com um riff na essência do Heavy Metal, rápido, pegado e bem executado. A cozinha pesada de Murilo Deriggi (bateria) e Aron Marmorato (baixo) surgem encorpando o som e complementando uma obra empolgante. As cordas vocais de Kelly Hipólito unem-se ao restante da banda despejando agressividade em um timbre que mistura uma voz aguda e rasgada. "Trapped in Hell" é uma faixa rápida, bem produzida e realmente muito boa. Destaques para os trabalhos vocais com efeitos bem realizados, boa escolha da linha vocal e solos que devem agradar em cheio fãs de speed heavy metal. A ponte para o refrão também chama a atenção como um dos ápices da música. Ótima escolha para primeira composição da banda no trabalho. 

Se na faixa anterior, a velocidade era uma característica notável, aqui, o papo é outro. "Stay Heavy", a faixa-título do primeiro EP da banda, começa de maneira mais cadenciada e com um pé (ou dois) no Hard Rock. Mas se a velocidade diminui, a empolgação segue a mesma. Logo de cara, o baixo destaca-se pela ótima sonoridade, mantendo o peso presente. Os vocais de Kelly ficam mais em evidência nesta música e sua versatilidade é realçada. O título do trabalho é cantado a plenos pulmões por quase toda a banda (Miguel e Aron fazem os backing vocals). Se a pegada por aqui é mais calcada no hard rock, o solo segue na linha heavy metal, denunciando algumas influências da banda. 

"Maktub" é a faixa mais diferente de todo o CD. Começando pelo início acústico e passando pela atmosfera criada aqui. Alguns trechos flertam com um lado mais sombrio da banda, obviamente nada muito extremo, sem fugir das essências de suas influências hard/heavy. O vocal limpo e suave e os acordes acústicos contrastando com o peso da cozinha que mantém a atmosfera densa funcionam muito bem. Essa é a composição mais longa do EP e segue uma pegada cadenciada. A guitarra é quem leva mais destaque, mesclando muito bem solos com bases em diversos momentos. 

"Strong as Steel" tem seu ritmo ditado por um riff marcante que parece ter uma influência da escola NWOBHM. A bateria merece uma menção pela percussão apresentada com entusiasmo. Os vocais são novamente bem apresentados e o baixo tem notas interessantes em meio ao refrão. O solo de "Strong as Steel" somado ao andamento de baixo e bateria denunciam que o Iron Maiden está entre as influências da banda, lembrando alguns dos melhores anos dos ingleses. A passada da música aumenta junto ao volume. Nesta composição fica evidente também o entrosamento do quarteto paulista. 

Fechando "Stay Heavy", a banda presenteou o público com uma espécie de faixa-bônus, com a música "Like Wild", sua primeira composição, gravada e divulgada em maio de 2017. Há uma notável diferença na qualidade da produção desta música para o restante do EP. Mas apesar da produção mais simples, está longe de ser algo mal gravado ou coisa do gênero. Um baixo distorcido dá os primeiros passos da obra. O vocal apresentado é um dos mais agressivos, cantado com gana. A bateria galopante acompanha o ritmo criado pelos riffs e despeja um feeling muito bom no ouvinte. Com uma ótima levada, "Like Wild" certamente funciona muito bem ao vivo, com um refrão fácil de ser lembrado e merecidamente escolhida para fechar a estreia do grupo. 

Para ouvir a Blixten, acesse qualquer um dos links abaixo. O EP está a venda nos shows da banda ou diretamente em sua página no Facebook. 

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