quinta-feira, agosto 01, 2019

::Resenha:: Kultist - The Black Goat

Kuktist - The Black Goat (2019)

Intitulando seu som como Dark Metal, o Kultist apresenta uma proposta muito interessante e que foge do óbvio. Com integrantes de São Carlos e São Paulo (SP), a banda é formada por três mulheres e um homem. E uma coisa é certa: experiência é o que não falta ao quarteto. O lineup conta com Yasmin Amaral (guitarrista - Eskröta e S.U.C.), Karine Campanille (baixista - MauSangue, ex-Föxx Salema), Letícia Figueiredo (baterista - ex-Avec Tristesse, ex-Venin Noir) e Daniel Pacheco (vocalista - Re-Animation, ex-Cursed Slaughter). A banda foi fundada em 2016 e em maio deste ano lançaram seu primeiro trabalho, o full-length "The Black Goat". O trabalho contém oito faixas autorais e pouco mais de vinte e sete minutos de duração. Foi gravado no Bay Area Studios e produzido, mixado e masterizado por Diego Rocha. O artista que assina a belíssima capa é Wendell Narkdemi

O pulo do gato do Kultist é a temática escolhida. Todas as suas músicas são baseadas nas obras de HP Lovecraft. De acordo com a própria banda, esse disco "conta histórias das páginas esquecidas de Necronomicon, encontrado nos escombros da universidade Miskatonic, na cidade de Arkaham". O álbum físico foi lançado por diversos selos e está também disponível em todas as plataformas digitais. 

Sem mais delongas, "Shub-Niggurath" atinge os falantes de forma direta e reta, sem introduções, barulhinhos ou qualquer coisa do tipo. A música surpreende aos mais desavisados que, baseando-se pela capa e temática, podem esperar por algo mais extremo. O som pesado e sujo (no bom sentido, obviamente) com uma levada cavalgada denuncia diferentes influências, mas de imediato, o Thrash se sobressai, evidenciado pelo vocal de Daniel, que remete à bandas clássicas da Bay Area. Em contrapartida, os backing vocals rasgados de Yasmin e Karine tem uma veia death/black, dando uma boa incrementada na composição, que possui uma levada viciante. "Kult Of Dagon" apresenta elementos calcados no black metal com sua crueza virulenta e tem um dos trabalhos e linhas vocais mais agressivos do álbum. As palhetadas casando com os pedais duplos criam uma atmosfera necessária para a parte lírica. O refrão soa como um clássico do metal. "Madness arise! Madness arise!"

O destaque de "The Crawling Chaos" e "Eternal Abyss" fica para os riffs e os ótimos trabalhos das guitarras com bases agudas, que conclamam a pesada presença da cozinha, comandando ótimas cadências. "Symphony of Madness" traz riffs atmosféricos e destacada participação dos backing vocals que tornam a obra mais obscura. A faixa possui um andamento mais acelerado e com boa variação rítmica. 

Em "Frozen Fear", o compasso vai de bastante arrastado para aquela levada que pega na veia, ditada pelos pedais duplos da bateria. A linha do baixo é talvez a melhor do álbum, com direito a um solo do instrumento, a presença é palpável e agradável de ouvir. Mais uma vez os vocais se destacam, somando ao som do Kultist e dessa vez, intercalam entre um ótimo agudo limpo e um rasgado agressivo, dando uma boa noção do grande leque musical da banda. 

"Sign in Blood" e "Black Swamp" fecham o álbum de estreia do e das paulistas. Ambas seguem uma pegadona thrash old school O timbre da guitarra da primeira é realmente muito bom, com peso que preenche o ambiente. A última música (faixa-bônus), que possui um dos melhores refrões de todo o álbum foi a primeira a ser divulgada pela banda através de um lyric video divulgado ainda em 2016. Confira aqui.

A experiência individual de cada integrante da Kultist culminou em uma banda diferenciada, mas com uma pegada clássica e honesta. "The Black Goat" é um puta pontapé inicial. Peca apenas na duração. Em menos de meia hora, tudo se acaba e só resta dar play novamente. 

O álbum físico está disponível nos selos abaixo:


Caso prefira a versão digital, "The Black Goat" está disponível em todas as plataformas de streaming. Confira algumas abaixo: 

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