Páginas

sexta-feira, dezembro 28, 2018

::Resenha:: Queiron - Endless Potential of a Renegade Vanguard


Um dos grandes expoentes do metal extremo do interior paulista, o Queiron iniciou suas atividades no já longínquo ano de 1995. São 23 anos de um som insano, brutal, técnico e totalmente verdadeiro, sem modismos ou invenções desnecessárias. "Endless Potential of a Renegade Vanguard" é mais um degrau na consolidada e respeitosa carreira desta banda. Trata-se do quinto full-length dos paulistas de Capivari, gravado no Estúdio RG Produções por Guilherme Malosso e Ricardo Biancarelli em Americana-SP. Guilherme também foi o responsável pela mixagem no mesmo estúdio. A masterização foi feita em Capivari no Estúdio Absolute Master por Neto Grous. A arte da capa leva a assinatura de Alcides Burn, que já trabalhou com Imago Mortis, Funeratus, Krisiun e diversas outras bandas. O álbum foi lançado pelo selo Heavy Metal Rock. 

Assim que os primeiros acordes distorcidos alcançam os fones de ouvido, o pensamento que veio à mente deste que vos escreve foi puro e simplesmente "Sim, o Queiron está de volta". Não, a banda não esteve inativa nos últimos tempos, mas a espera entre o excelente "Sodomiticvm per Conclave" e a nova obra foi de cinco anos. No entanto, já posso adiantar que a espera valeu a pena. Composto de nove faixas e quase cinquenta minutos, o trabalho é extremo e refinado, brutal e técnico, veloz e pegado. A identidade do Queiron está lá, mantida como sua marca registrada (por isso digo que estão de volta). Timbres e riffs característicos que nos permitem facilmente identificar os responsáveis pela pedrada sendo disparada. A introdução "Imperia Caedes" com trechos de notas em violão, riffs que já nasceram clássicos, blast beats e narrações sobre pragas e mortes no século XIV abrem terreno para "Pestis Pain".

É bom lembrar que este é o primeiro registro com a atual formação, que conta com Marcelo Grous (vocal/guitarra), Luciano Fernandes (guitarra), Luis Hellthorn (baixo) e Oscar M. Vision (bateria). E, no entanto, a sonoridade mantém-se fiel ao espírito da banda, que fala mais alto do que qualquer mudança na formação. Este trabalho soa como uma continuação do anterior, saciando a sede dos fãs que buscavam matar a saudade da banda no álbum de 2013.

As guitarras de Marcelo e Luciano estão em perfeita harmonia, moldando o peso com o imponente auxílio da cozinha, tudo sob um grande entrosamento de todos os músicos. O vocal de Marcelo também merece um ponto à parte, que, mais de vinte anos após a fundação da banda, ainda se mantém em plena forma. É notável também, que mesmo mantendo sua essência e raízes, a criatividade ainda tem muito espaço nas composições da banda, o que por si só já merece todos os méritos, pois manter identidade e criatividade após tanto tempo em um estilo como o Death Metal não é uma tarefa simples. Essa originalidade evidencia-se em faixas como "Denial Upon the Heavenly Scorn" e "King of Damned Proclamation".

Todas as composições merecem grande atenção, mas "Pestis Pain", "Thombs I Desecrate" e a faixa-título se sobressaem como as grandes obras do conjunto. (Obviamente, essa é uma escolha pessoal). A produção deixou o álbum com um acabamento refinado, limpo e brutal, soando exatamente como deve ser, dando o tratamento que o grandioso quinto álbum do Queiron mereceu. Sem dúvidas mais um trabalho que fortalece o grande legado desta instituição do metal brasileiro. Longa vida ao Queiron!

O álbum pode ser adquirido diretamente com a banda através de sua página no Facebook ou na loja da Heavy Metal Rock:

Queiron - Facebook
Heavy Metal Rock

Nenhum comentário:

Postar um comentário