O primeiro trabalho de uma banda é sempre acompanhado de grandes expectativas. Por parte do público e obviamente por parte dos músicos, com a ânsia de apresentar aos fãs sua identidade com a sua primeira cria. Certamente isso aconteceu com o Order of Destruction (Thrash Metal - São José do Rio Preto-SP) em "Disobey". A faixa "By Myself" divulgada em um videoclipe há cerca de um ano serviu para despertar a curiosidade do público do metal brasileiro. Quatro jovens cabeludos trilhando cedo o caminho que todas as bandas de metal precisam trilhar. Com idades que vão dos 15 aos 20, o quarteto mostra em seu EP que esse quesito, definitivamente não é um problema e tocam e compõem como 'gente grande'. A data escolhida para o lançamento digital do trabalho foi no feriado de 07 de setembro. Uma data simbólica para o primeiro registro independente da banda no underground.
Se a primeira impressão é a que fica, "Ruthless Killer" é um cartão de visita avassalador. Do tipo que é entregue logo após terem arrombado a sua porta. Logo no início, percebe-se que foi uma ótima escolha para abrir o EP. As guitarras já dão as caras em um trabalho realmente muito bom com uma afinação suja e pesada. O dueto muito bacana remete a grandes nomes do Thrash Metal, denunciando algumas de suas influencias. Destaque também para a boa produção que captou muito bem a sonoridade dos instrumentos. O pedal duplo bem controlado da bateria acompanhado do peso do baixo não tardam a aparecer. O vocal e o refrão lembram um pouco o início da 'Bay Area'. A faixa mescla velocidade com boas levadas. Ótima composição.
"Brainwash", apesar do nome um pouco batido em títulos de músicas de metal, mostra muito peso e maturidade da banda. Segue uma linha diferente da anterior. Apostando mais em uma levada cadenciada e deixando um pouco a velocidade de lado. Trabalho interessante dos vocais com backing vocals dando mais peso à composição. "Brainwash" percorre por uma atmosfera um pouco mais sombria, mas sem abandonar o carro chefe, que é o Thrash Metal.
A faixa-título do EP vem em seguida distribuindo peso sem economia na afinação dos instrumentos. O baixo se destaca mais ativamente, fazendo passagens com o vocal e compondo uma cozinha pesada junto à bateria. "Disobey" também segue uma pegada cadenciada até pouco além da metade da música quando os pneus queimam o chão e a velocidade cresce.
A quarta música leva o nome de "Land of Chaos" e tem um bom começo com acordes agudos seguidos mais uma vez de muito peso das guitarras e cozinha e frases compassadas muito boas de uma escola não tão antiga do metal. O pedal duplo ressurge controlando o funcionamento do motor. A velha escola também ressurge no espírito da banda e o Thrash Metal impera novamente em mais uma composição muito boa. "Land of Chaos" possui uma linha vocal muito interessante com um refrão tendendo levemente para o melódico.
"Cancer" inicia-se com uma linha de um baixo pesado que parece ter influências de Heavy Metal antigo. Com um andamento mais quebrado, é a típica música que te faz bangear sem perceber. Riffs muito bem trabalhados com uma bateria quebrando o tempo e ditando o ritmo da música. Mais uma vez os pedais duplos se destacam em velocidade. "Cancer" é uma das faixas mais bem trabalhadas, tanto na técnica, quanto na criatividade.
Fechando o EP, a banda escolheu usar "By Myself" como faixa bônus. Como dito anteriormente, essa música foi divulgada um ano atrás no primeiro videoclipe dos paulistas. E certamente foi uma ótima escolha para divulgar seu som. A faixa inicia-se com uma pequena amostra na percussão do baterista abrindo caminho para o peso fazer-se presente. A impressão que você tem ao ouvir isso pela primeira vez é que trata-se de uma banda experiente, com anos de vivência e de estrada, pois sem dúvidas, sabem o que estão fazendo. "By Myself" poderia figurar facilmente em uma compilação de speed thrash metal nacional, pois é uma obra muito bem executada e muito bem composta.
Resumo da ópera: O Order of Destruction tem todas as cartas na manga para fazer seu nome no metal nacional. São jovens, portanto tem energia de sobra, como pode-se ouvir nas músicas e ver no videoclipe. Compõem muito bem, sabem o que estão fazendo e parecem gostar muito disso. Não me surpreenderia ao ver esses garotos figurando entre grandes nomes do underground dentro de algum tempo. Aproveito aqui para dar alguns conselhos: (quem sou eu na fila do metal?) não deixem a peteca cair, mantenham o foco e a dedicação, continuem fazendo o que gostam com os pés no chão e humildade sempre. A luta no underground é árdua, mas um belo pontapé inicial já foi dado.
Para ouvir o novo EP da banda, acesse uma das plataformas abaixo:
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