Com as raízes profundas e firmes no Death Metal, quase duas décadas de luta e composições brutais e com um novo álbum prestes a ser lançado, o Sangrena se prepara para mais uma batalha. O álbum "Hunter", segundo na carreira dos paulistas deverá ser um dos marcos mais importantes em sua trajetória. Conversamos um pouco com a banda sobre projetos novos e antigos, shows e a cena nacional. Confira abaixo.
Em março deste ano vocês lançaram o álbum “Blessed
Black Spirit” em formato K7, encerrando o ciclo deste trabalho através do selo
Rock Clube Live. Como surgiu essa ideia e como está sendo para vocês relançar o
trabalho mais importante para a banda (até aqui) neste formato?
Foi uma iniciativa do Francisco Jr., proprietário do selo
Rock Clube Live. Ele chegou com a ideia e concordamos na hora. Sempre curtimos
muito o formato K7, lançamos nossa primeira demo nesse formato e fizemos muita
troca de K7 por correspondência. Foi muito interessante termos outro lançamento
em K7 quase vinte anos depois. Curtimos pra caralho e espero que a gente tenha
mais lançamentos nesse formato no futuro.
O Sangrena é conterrâneo do Executer, tradicional banda
de Thrash Metal. Contem um pouco sobre a cena atual de Amparo e da região.
Sim, o Sangrena foi formado em Amparo. O Executer é uma
grande referência não só para a cena Amparense mas para todo o Brasil. Uma das
melhores bandas de Thrash nacional.
A cena em amparo é como na maioria das cidades pequenas,
poucos mas reais Bangers que apoiam o movimento underground extremo. Sempre
deram muita força às bandas locais e somos muito gratos a todos eles. Hailz
irmãos!
Em 2015 vocês gravaram o videoclipe da música “Infernal
Domination” com uma produção incrível e com qualidade poucas vezes vista por
aqui. Gostaríamos que vocês nos contassem um pouco sobre as gravações, a
escolha da atriz que interpretou a freira e aquelas cabeças decapitadas dignas
de séries e filmes. (Clique aqui para assistir ao videoclipe)
Também gostamos muito do resultado. Conhecemos o diretor
Felipe Filgueiras através do estúdio Mix Music e conversamos a respeito de
produzirmos um videoclipe para a música Infernal Domination e ele pirou na
ideia. Passaram alguns dias e ele já veio com o roteiro e logo em seguida já
começamos as filmagens. A escolha da atriz, as peças de corpo e todo o resto
ficou a cargo do Felipe, ele foi o responsável pela qualidade do vídeo. É um
excelente profissional.
A música “Deceptive Redemption” divulgada por vocês
através de um Lyric Video, mostra uma sonoridade um pouco diferente da
encontrada no álbum “Blessed Black Spirit”. Um Death Metal mais old school. O
álbum também segue essa linha? O que vocês podem nos falar sobre as composições
do “Hunter”? (Clique aqui para assistir ao lyric video)
Quando compomos não costumamos direcionar muito, as músicas
saem naturalmente. Acredito que as músicas do Hunter estão mais diversificadas.
Tem partes bem extremas, mais rápidas que as do "Blessed...", em contrapartida
também temos partes mais cadenciadas e pesadas que dão um ar mais “old school”
como você falou. Testamos sonoridades que nunca tínhamos usado antes e ficamos
satisfeitos com o resultado.
Quais são os planos e expectativas para a divulgação do
novo álbum?
Se tudo der certo o Hunter será lançado no segundo semestre
desse ano. Temos o plano de sairmos em turnê pelo Brasil, revermos amigos de SP
e de outros estados e tocarmos em lugares que ainda não tivemos oportunidade.
Em 2018 vocês atingem a marca de vinte anos de
metal extremo. Olhando para trás, qual é o balanço que conseguem fazer após todo esse tempo?
Quando uma banda se mantém por vários anos no underground,
se adquire uma percepção muito ampla da cena. Ao longo desses anos conhecemos
vários guerreiros que realmente fortalecem todo o cenário extremo. A cada dia
que passa, percebemos a nossa necessidade de nos expressarmos nessa arte. Foi e
ainda é um caminho de muitas batalhas, a guerra é longa, mas é muito
gratificante.
Como vocês avaliam a união do underground hoje em dia
no Brasil e como vocês participam nisso?
Antes de pensarmos na união do underground precisamos
trabalhar o nosso apoio individual ao cenário. Muitos headbangers que realmente
curtem e se identificam com as bandas estão deixando de comprar o material
delas, discos, camisetas, etc. O mesmo acontece com Zines impressos que são
fontes muito importantes de informação no underground. Precisamos valorizar o
artista local, a banda do seu bairro, da sua cidade, da sua região, do seu
país. Acredito que quando tudo isso acontecer a união será inevitável.
Vocês já tiveram a oportunidade de se apresentar ao
lado de bandas gringas de renome, como Coroner e o Nile. Como foram essas
experiências para a banda e como foi a recepção
do público ao Sangrena nessas ocasiões?
Foram experiências muito interessantes. Tivemos a
oportunidade de tocar com uma estrutura melhor do que a habitual e um público
maior também. Apesar do público estar lá pra ver a banda principal tivemos uma
boa recepção em todos as aberturas que fizemos.
Entre 2014 e 2015 em meio à turnê de divulgação do
“Blessed Black Spirit”, vocês se apresentaram em diversas cidades. A maioria do
Estado de São Paulo, mas também passaram por Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Qual a experiência que vocês conseguem tirar de uma turnê como essa?
Em cada show a gente aprende alguma coisa, adquire
experiência. Conhecemos muita gente nessa turnê que agregaram valor ao
Sangrena. Muitos guerreiros reais do underground que nos incentivam a continuar
nessa guerra. Tocamos com muitas bandas que compactuam das mesmas dificuldades
e satisfações que a gente e essa troca de experiências é fundamental para o
fortalecimento da cena. Estamos muito ansiosos para repetir essa experiência com
o lançamento do “Hunter”.
O lançamento de um novo álbum certamente é o ponto alto
na carreira de uma banda. Como vocês comparam a época em que o “Blessed Black Spirit”
ficou pronto com agora, às vésperas do lançamento do “Hunter”?
A ansiedade é a mesma. O Blessed Black Spirit tinha um
agravante, era o primeiro álbum, não sabíamos como seria a recepção do público,
mas estamos na expectativa agora com o Hunter também. Nós estamos muito
satisfeitos com o resultado e esperamos que ele seja bem aceito entre os
Bangers.
Muito obrigado pelo tempo cedido. Desejamos muito
sucesso com o Hunter. Fiquem à vontade se quiserem enviar uma mensagem aos
headbangers que acompanham seu trabalho.
Muito obrigado pelo espaço cedido ao Sangrena. Pode contar
com a gente sempre que precisar. Muito obrigado também a todos os reais
Headbangers que fortalecem o Metal Extremo, continuem comparecendo nos shows e
adquirindo o material das bandas. Esperamos nos encontrarmos na estrada. Hail!
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