sexta-feira, fevereiro 01, 2019

::Resenha:: Overthrash - Until Death

Overthrash - Until Death (2016)

"Sabem contar, otários?..." 

É dessa maneira, com o discurso dublado de Cyrus no filme Warriors (Os Selvagens da Noite) de 1979 que o Overthrash abre seu full-length intitulado "Until Death". Banda veterana, fundada em 1987 na ativa até 1994, quando deram uma longa pausa, retornando, no entanto com força total, como se nunca tivessem parado (palavra de quem já testemunhou o quarteto ao vivo) em 2014. Da formação original, no fim dos anos 80, P.A.D. (vocal/bateria) e Edmir Almeida (guitarra) estiveram sempre presentes. Vitor Caricati (guitarra) e Jé Tarzia (baixo) uniram-se aos dois fundadores no retorno em 2014. 

O álbum, que contém oito faixas, foi gravado no RMS Estúdio em Agudos-SP. Paulo Anhaia realizou a masterização, enquanto a mixagem foi feita por Reinaldo 'Limão' Moreira e a produção foi feita pelos próprios músicos. A capa levou a assinatura de Sandro Nunes e a arte interna do full foi responsabilidade de Renato 'Cocão'. 

Logo de cara, a gana do retorno atinge o headbanger com um impacto violentamente agradável. As primeiras notas de "Chemtrails" trazem a banda de volta em uma digna ascensão das cinzas. A veia thrash metal é uma característica palpável e após tanto tempo desde a fundação, as composições tem sonoridade natural e em nenhum momento fica a sensação de criações e uma reunião forçadas, como um hobbie saudosista. O Overthrash realmente tinha que voltar. 

"Cutting, Crushing, Thrashing and Fuck 'Em' All", com arranjos e solos que remetem até ao  Heavy Metal do início da década de 80, tem um dos refrões mais marcantes e fáceis de lembrar (e de grudar na cabeça). Com um andamento mais acelerado e uma pegada que te dá vontade de sair no mosh no meio da casa, essa faixa entra na mesma categoria de "Batbanger", que possui riffs, solos e levadas com uma alma oitentista que constroem a identidade e a proposta da banda.

O baixo pesado e imponente de Jé pede passagem em "Alternative World" logo de cara com uma importante presença da cozinha para depois preencher o ambiente, acrescentando muito à sonoridade da faixa. A clássica levada compassada oldschool surge moldando a estrutura da música, com o vocal de P.A.D. encaixando como uma luva nos timbres dos instrumentos. Esta composição é uma das mais bem construídas e envolventes do álbum. 

Fechando o grandioso trabalho que marcou o grande retorno após tantos anos, vem a faixa que leva o nome da banda. "Overthrash" é a música mais curta do "Until Death", com 3:04 de duração, mas pode ser usada para resumir seu som, mesmo que brevemente, pois é uma composição com diversos elementos que formam o som do quarteto, como muita vibração, speed thrash, levadas cadenciadas, solos das guitarras, coros dos backing vocals, etc.

Vinte anos foi o tempo de espera dos fãs pelo retorno da banda e mais dois para o lançamento deste álbum. Mesmo que a Overthrash não grave mais nenhum trabalho, "Until Death" já fez a reunião valer a pena, mas assim como os demais fãs, fico na torcida para que mais álbuns e muitos shows estejam no caminho dos bauruenses, pois sem sombra de dúvidas, ainda possuem muita lenha para queimar. 

O álbum está disponível nas versões física e digital nos links abaixo.

Versão Física:


Versão Digital:

2 comentários:

Unknown disse...

Muito obrigado Flavio.

Unknown disse...

Muito obrigado pelo espaço. Apenas duas observações: 1) A parte interna do CD foi de responsabilidade do Cocão conforme citado. A capa foi desenvolvida por Sandro Nunes. 2) A masterização foi realizada pelo Paulo Anhaia.